quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sou o que descubro da vida. Entendi, a duras penas, que o tempo é uma matéria e que, apesar disso, não pode ser mudado. Eu que mudo, me adapto à vida – essa é a minha verdade. Parafraseando Garcia Márquez em “Memórias de minhas putas tristes”, obviamente esse não é o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas um método de simulação que inventei, inconscientemente, para encobrir a realidade. Sei que sou generoso – "pra que somar se eu posso dividir", cantou o mestre Vinícius de Moraes – esse é um artifício que adotei para manter pessoas, que julgo merecedoras, próximas a mim – a generosidade conquista e uso dela para atrair as pessoas que gosto. Se não sou generoso, pode acreditar - não quero perto. Descobrir isso não foi fácil, parece cruel. Queria que as coisas acontecessem naturalmente: sou humano, pensante, sentimental. Abri minha alma ao acaso. Impossível viver como máquina onde combinações matemáticas dão o rumo certo e preciso. O alívio veio ao me aceitar assim e que não provoco isso consciente, mas tenho consciência de que realmente faço – melhor assim. Aos meus inimigos ofereço meu sorriso pois nem eles, com todo silêncio que carregam dentro de si, merecem qualquer desprezo. Não tenho esse falso poder que só faz mal a quem oferece. Preciso da presença das pessoas e isso é fundamental. Viver sozinho, indiferente, inseguro, não faz parte da minha biografia.
Me decepciono facilmente pois tenho a mania de pensar demais, de observar demais, de analisar demais as situações nas quais me insiro. Mas a decepção é só minha e não quer dizer que as pessoas tem culpa – elas podem até ter, mas isso não importa. Cada um conhece o telhado que tem. Assim é a vida, um equilíbrio necessário entre felicidade e tristeza, amor e indiferença, aceitação e decepção – melhor aceitar uma derrota e seguir sorrindo, de peito aberto por ter lutado, que cultivar uma desordem pessoal por querer o impossível. Mas só aceito a derrota depois de consumada.

Descobrir a si mesmo é um episódio marcante. Temos o hábito de não aceitar a realidade e por vezes tentamos ser aquilo que as pessoas querem que sejamos. Mas isso não é possível. Aliás, isso é cruel. Sou o que aprendi a ser e tento fazer desse aprendizado o melhor para aqueles que me cercam sem modificar o que realmente sou. Me aceite assim pois te aceito assim: você é único nesse mundo, do mesmo modo e maneira que eu também sou. Meus defeitos: ansiedade, impulsividade, franqueza, chatice, se tornam aliados no momento certo. É o equilíbrio. Defeitos todos tem e maturidade é saber usar esses defeitos, bem como as virtudes, a favor da vida. Se me apontam ansioso, ganham minha generosidade; se me veem impulsivo, me torno amável; se se assustam com minha franqueza, mostro meu lado mais sensível. Se só veem meus defeitos abro um largo sorriso ciente de que também não aceitarão minhas virtudes – mudo o rumo, afinal, o mundo é bacana mas anda muito mal frequentado. No entanto, o equilíbrio não é fácil de alcançar, só vem com o tempo. E tempo é aquela matéria invisível que jamais podemos controlar.

Poema baixo

Acabe de pousar sua carne
em minha
carne.
Que desejos mais virão
ao fim dessa jornada?

Deliro, rogo, suspiro
fito-te até sujar
meus olhos já imundos
por outros mundos
e fundos
eu te ofereço
e me sujo
e me lambuzo
com seu sabor.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Apartheid Judeu

"Nenhum de nós recusou a ordem de destruir alguma casa. Quando me mandaram destruir uma casa, aproveitei a ordem para derrubar mais algumas. Por meio de megafones, avisamos os palestinos de que eles deveriam se retirar antes que eu chegasse. Mas não dei chance a ninguém. Não esperei nada. Tenho certeza de que algumas pessoas morreram dentro daquelas casas. De meu ponto de vista, deixamos para eles um campo de futebol, eles deveriam aproveitar para jogar nele. A área de 100 x 100 foi o nosso presente para o acampamento. Jenin nunca mais será a mesma."
Moshe Nissin, soldado isralense em entrevista ao jornal Yediot Aharanot, sobre o "Massacre de Jenin" e com um senso de humor peculiar e surpreendentemente nazista. Moshe recebeu uma medália de honra do exército de Israel ao pilotar, na operação, um Buldôzer - trator blindado utilizado para demolição e terraplanagem. No episódio morreram 500 palestinos: mulheres, homens e crianças.

Jenin é uma cidade da Cisjordânia onde havia o acampamento atacado, com cerca de 50 mil palestinos.

Fonte: O JORNALISMO CANALHA - José Arbex Jr. - pág. 98 e 99

segunda-feira, 14 de março de 2011

Por "Paz e Pão"

Gente, lá vai eu botar a boca no trombone novamente. Afinal de contas aqui é o Ideias Ordinárias e critico uma das mais ordinárias que vejo por aí: a distorção desse tal “Dia Internacional da Mulher”. Pois bem, vamos aos fatos históricos.

Ao contrário do que todo mundo pensa, esse dia não é uma homenagem às mulheres rebeldes de uma fábrica têxtil em Nova York. Tem a ver mas não se sabe ao certo o que motivou a criação desse dia. Estudos socialistas indicam que começou a ser idealizado após as centenas de manifestações das trabalhadoras européias, pouco antes da Revolução Russa de 1917, por melhores condições de vida e trabalho (chamada de "Marcha por Paz e Pão"). Imaginem vocês, início de século e mulheres saem as ruas para se juntar aos sovietes (conselho de trabalhadores que assumem o papel do Estado) em busca de uma vida mais digna. Deu pano pra manga. Se hoje as mulheres conquistaram o que tem, começou aí.

De lá pra cá, assim como o dia das Mães, o dia 8 de Março é dia de um bando de homens dar flores para um bando de mulheres. Escrever frases feitas nas redes de relacionamento. Pagar um jantarzinho para a esposa. Dar um celular para a filha, entre outras coisas de consumo rápido. E os outros 364 dias? Esses dias são destinados à cobranças de almoço pronto e sexo imediato? À sessões de tortura, espancamento, prostituição e homicídios destinados à mulher, principalmente à brasileira? Ao chovinismo masculino que diz que "mulher minha não viaja sozinha" e "mulher minha não sai com as amigas sem mim"?  É essa guerreira que vive num país ainda machista e patriarcal que, antes de sair para sua jornada diária de trabalho, tem que deixar o café prontinho, os filhos devidamente alimentados e o marido lustrosamente escovado. Isso quando não tem que voltar correndo pra casa antes da turba chegar faminta para deixar o almoço pronto, pra só depois retornar ao batente. Sem contar que trabalho doméstico pode ser mais pesado que qualquer ofício em um escritório na Av. Paulista. A diferença é que a remuneração se baseia em flores no seu dia internacional, máquina de lavar no dia das Mães, eletrodomésticos no Natal e aquela famosa piadinha sem açúcar e sem afeto: minha mulher só fica em casa, na vida boa.

Não estou aqui condenando o dia Internacional da Mulher. Esse dia é válido como reflexão, como ponto de partida para uma mudança radical nas relações humanas (isso se não conseguirem distorcer tudo e transformar o dia em mais um "Dia de Sair às Compras"). Eu condeno a hipocrisia da sociedade que deveria utilizar as razões históricas desse dia para que as relações entre mulheres e homens sejam iguais e no mínimo respeitosas. No dia 8 de março, ao contrário de flores, frases, quinquilharias e bugigangas, a sociedade  deveria pensar melhor no destino reservado às mulheres.

Bom, fiquei órfão de pai aos 17 anos e de lá pra cá nutri um grande sentimento de amor por minha mãe e por minha irmã. Uma mãe que, sozinha e numa luta muito dura que só uma jovem viúva pode explicar, conseguiu me ajudar a ser o que sou hoje, homem integro, honesto, humano como outro qualquer, mas com defeitos bem mais sutis que muitos. Uma irmã que se sentiu perdida, aos tenros 15 anos de idade, e que viu em mim o carinho precocemente perdido do pai. Pergunta: eu dei alguma coisa para elas no dia 8 de março? Absolutamente nada além daquilo que dou todos os dias: doses de respeito diário. É dedicação de um homem praticamente criado por mulheres.

Uma breve história que aprendi na pós-graduação e que mexeu muito com minha ideologia feminina. Vocês, caros amigos, não estariam lendo estas palavras se não fossem as mulheres (entre outras muitas coisas), sabiam disso? Nos primórdios da humanidade, pela constituição física de machos e fêmeas, começou-se a diferenciar as tarefas daquela sociedade que se formava. Machos caçavam, fêmeas permaneciam nas cavernas. As figuras rupestres habilmente desenhadas nas paredes não eram feitas por machos e sim por fêmeas. Os machos lhes diziam como foi a caçada, qual o tamanho do búfalo ou se o alce tinha chifres, a representação gráfica dessas histórias eram contadas, para todo o sempre, pelas fêmeas. E ainda tem mais, se hoje comemos banana, jiló, couve, feijão ou carne cozida, isso foi fruto da inteligência e sensibilidade feminina de experimentar coisas e descobrir se pode ou não pode. Daí, na hora de dar um sopapo na cara de uma mulher ou pagar a ela um dobrão a menos, o homem deveria pensar que se não fosse a ancestral de seu alvo, ele provavelmente já teria perecido antes mesmo de conseguir virar o homem machista e arrogante que é. 

Enfim, só me resta dizer: mulher, tu é foda!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

os "meia-bocas"

Foto: Robert Capa
Há muito tempo não escrevo aqui no Ideias Ordinárias. Motivo: fraturei o cotovelo, fiz cirurgia delicadíssima, fisioterapia pesada e só há poucas semanas a vontade de digitar voltou. E voltou também aquela vontade de gritar coisas que entalam na goela como um bolo de aniversário mal feito sem direito a refri: ESTOU DE SACO CHEIO DE GENTE “MEIA-BOCA”, assim mesmo, em caixa alta que é para representar meu grito com a velha semiótica.

Durante as semanas que fiquei offline, apesar de não digitar muito, acessava a internet com mais voracidade que o habitual. Ficar de molho em casa pra muitos pode até ser uma benção, mas para mim, um cara ligado numa tomada de 220 volts, foi barra pesada. A internet me salvou do desespero caseiro mas me mostrou que existem outras coisas ainda mais desesperadoras e que nos rodeiam.

Pois bem, vou pelo caminho que mais domino é lógico: a fotografia. Estou espantado com a quantidade de fotógrafos “meia-boca” que surgiram. Muitos se auto intitulam profissionais pelo simples fato de ganharem uma graninha “meia-boca”, por praticarem um ofício “meia-boca”. Não estou dizendo aqui que minhas fotos são o supra-sumo da fotografia (não cheguei nem perto disso), nem que estão impedidos do direito de se profissionalizarem e buscar um lugar ao sol, mas me irrita profundamente a falta de zelo de muita gente com o próprio trabalho, sobretudo pela falta de modéstia desses que compraram uma câmera digital ali na esquina, para sair por aí apertando botão com todos os controles e setups ligados no automático.

Vejo que essa turma apareceu com um olhar “meia-boca”. e 90% não aprendeu até hoje a fotografar o branco, por exepmplo. Isso mesmo, o danado do branco, um branco “meia-boca”. Essa mistura de todas as cores, essa cor multifacetada que atormenta a maioria dos fotógrafos quando estão começando o ofício. E eu digo de cara porque isso acontece: o aprendizado desses aí é “meia-boca”. O uso do diafragma (elemento tão importante para se controlar a luz que passa pela objetiva) é usualmente ignorado, é um uso “meia-boca”, o valor do ISO sequer é conhecido. É um conhecimento “meia-boca”. O equipamento é de primeira, lentes caríssimas, câmeras de última geração, mas a pessoa que controla isso tudo é “meia-boca”.

A tecnologia ajudou bastante a popularizar essa arte que tanto amo e que pratico a mais de 20 anos, mas em compensação ajudou a deixá-la “meia-boca”. Me lembro das primeiras fotos que fiz com meu finado pai e mestre na arte da fotografia, onde ficávamos excitados aguardando o resultado dos clicks e nos divertíamos muito a cada filme perdido, pois o resultado nem sempre era aquele que prevíamos, mas ficávamos fascinados com a fotografia surgindo no papel a nossa frente naquele quartinho escuro, quente, mofado e com um cheiro insuportavelmente delicioso do interruptor de revelação (que se assemelha muito com o cheiro do vinagre). Hoje, esses apertadores de botão “meia-boca”, sequer tem o prazer de se intoxicarem com esse cheiro. De ver o milagre da física e da química aparecerem como mágica diante de seus olhos “meia-boca”. E não me venham com conversinha “meia-boca” dizendo que não se acha filme e nem produtos químicos para comprar porque isso é papo furado. Acha sim, não em qualquer birosca, mas acha. Tenho o prazer de usar a Pentax MX herdada daquele que me ensinou a fotografar, com filmes preto e branco, colorido, 35mm e tudo que tenho direito. Fotografia pra mim não é coisa “meia-boca”.

Enfim, queridos amigos, me desculpem se fui grosseiro, se fui arrogante ou chato, mas se tem uma coisa que me deixa triste é pensar que as pessoas tem a delícia da oportunidade em executar aquilo que ficou ao alcance, e fazer isso na base do “meia-boca” é desperdiçar desgostosamente essa oportunidade.

Por isso cito Robert Capa, fotógrafo de guerra, precursor do fotojornalismo e um dos criadores da Agência Magnum, junto com o lendário Cartier Bresson: "... minhas imagens são ligeiramente fora de foco, um pouco sub-expostas e a composição não é nenhuma obra de arte" - Robert Capa ou Endre Ernő Friedmann (seu verdadeiro nome húngaro)

domingo, 12 de setembro de 2010

O maratonista


Marrie Bot, Geliefden - "Timeless Love", 2004
Shopping center lotado e aquela sensação de que vocês não deviam estar ali. Mas fazer o que? Não existem salas de cinemas convencionais – só nos shoppings. Então, se não pode destruí-lo, finja que gosta dele. Filme excelente, produção nacional cheia de efeitos visuais, história já conhecida, lida em um livro anos atrás, e que te interessa profundamente, uma boa companhia, muitos pensamentos a respeito do passado e que se confundem com o presente.

Na saída, já se notam os sinais de que o cinema tem lá o seu poder: comentários calorosos a respeito das atitudes humanas focadas na ascensão espiritual, de como sobreviver às decepções e frustrações, como proceder se o “querer” contradiz o “poder” e coisas que todo mundo admite e sabe que é bom mas esquece de praticar. Eis que, dentre tantos pensamentos, inclusive esse de que “será que tenho condições de praticar isso?”, um deles invadiu a conversa e tomou conta.

Deveríamos nos sentir seguros em um relacionamento onde há a conquista. A conquista é motivo de desejo e ser conquistado também – ambos desejam. Não há motivos para temer absolutamente nada. Não há motivo para pânico caso haja assédio naquela festa, quando o alvo de sua conquista trajava um vestido que a deixava linda. Não há razão para desconfiança se ela tiver centenas de amigos – pense que provavelmente ela está feliz. Sem motivos também para as noites perdidas sem sono por causa daquela viagem a trabalho no litoral – ela pode estar longe, mas morrendo de saudades como você. Não se preocupe se sua confiança provocar desconfiança do tipo “você não tem ciúmes porque não gosta”. Se isso acontecer, relaxa, ainda não é conquista, é “aproach”. E tenha sempre em mente que ciúme todo mundo tem, ignorância não. Muitos irão dizer que você está cego, que tem que ficar esperto, que não pode acreditar nas pessoas assim, mas você saberá que a cegueira pode despertar sentidos jamais utilizados, que esperteza é manter sua conquista perto sem necessidade de algemas, e que acreditando exclusivamente em você e na sua capacidade de “conquistar” e não simplesmente “ter”, tudo que disserem contra não terá o menor sentido.

E tem mais, a conquista dura apenas o tempo necessário para a união. O resto não é mais conquista, é cuidado. Não se engane. Conquistar é verbo, é ação, inevitavelmente começa e termina. Cuidado é adjetivo, bem trabalhado, bem feito; é substantivo, é cautela e precaução, é até interjeição - Cuidado! Viu a diferença? Um chega ao fim, você querendo ou não. O outro chegará ao fim se você não manter, não praticar, não cuidar. Vamos para exemplos práticos: você é maratonista, se prepara durante meses para correr, treina, se dedica, corre e vence a prova. Uma conquista. Então você acha que está no topo do mundo porque ganhou aquela prova, fica relaxado, pratica quando lhe convém, engorda. O resultado será o fracasso na próxima corrida. Com relacionamentos não pode ser diferente. Precisa praticar o ato de gostar e não conquistar o tempo todo – isso já aconteceu meu caro. Não perca tempo conquistando um continente já conhecido e explorado. Ao contrário disso, use esse tempo cuidando, plantando flores, pés de manga, construindo cidades, cuidando dos rios, do povo, deixando-o feliz. Se fizer isso terá a conquista mais linda e próspera do mundo, e o melhor, ela será eternamente sua, sem preocupações.

domingo, 29 de agosto de 2010

Dança Jovem no Teatro Alterosa

Nos dias 8 e 9 de setembro, quarta e quinta-feira, às 21h o Grupo Dança Jovem se apresenta no Teatro Alterosa em Belo Horizonte. No palco 12 bailarinos apresentarão “Shopping” do coreógrafo espanhol Asier Zabaleta e “Conversa entre Ele e Eu” de Andréa Anhaia e Carlos Arão.

O Dança Jovem existe desde 2005 trabalhando com processos de criação colaborativos com o objetivo de incentivar através da profissionalização, a constante reciclagem e aprimoramento de novos talentos. É dirigido pela bailarina e coreógrafa Ester França e coordenação geral de Valéria Bhering.

O novo trabalho do Dança Jovem é realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo a Cultura de Belo Horizonte.
 
 
R$ 10,00 (Inteira) /R$ 5,00 (Meia entrada) 
8 e 9 de setembro – Quarta e Quinta-feira
Informações: (31) 3335-4713
TEATRO ALTEROSA: Av. Assis Chateaubriand, 499 – Floresta
 
 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

MOVASSE NO RIO

O MOVASSE, Coletivo de Criação em Dança de Belo Horizonte estará no Rio de Janeiro, com oficinas gratuitas.

Local:
Teatro Cacilda Becker, no Catete
Rua do Catete, 338.

17 a 22 de agosto
24 a 29 de agosto
31 de agosto a 5 de setembro


De terça a sexta 19h30 ás 21h
sábados e domingos 16h às 17h30

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De e-mail em e-mail...



Foto: Ed Félix - NA LATA/BH
Nunca foi casado, mas chegou bem perto e sofreu muito, mas muito mesmo, ao ponto de pedir a Deus, numa madrugada, sentado na cama, que arrancasse aquela mulher de dentro de si, porque gostar dela arrebentava-o por dentro - beirava ao arrependimento de te-la conhecido. Queria deixar de gostar e não conseguia. Em determinadas horas sentia que gostar de alguém era algo distante demais (que bobagem), os dias eram cinzentos e estranhos, as noites longas. A pura verdade é que acordou e sentiu que ela era passado. E foi assim mesmo, dormiu pensando nela e acordou sentindo ainda mais distante, estranhamente leve e bom. Até que se foi.

De lá pra cá, tomou a decisão consciente e convicta de não deixar que isso aconteça novamente. Teve outros amores, fugazes e duradouros, mas nunca mais sofreu de tal forma e quem esteve consigo acreditou que também não sofreu (ficar triste sim, talvez... sofrer não). Tudo tem um fim, e só o fim é pra sempre. O amor não é infinito em duração mas em potência, vontade, desejo, respeito, cumplicidade - pensar assim o soltou, o livrou de uma prisão cuja chave estava no próprio bolso - aquela história de não perder tempo e seguir outro caminho (a frase “Não quer?! Tem quem queira!” está fora da jogada – não era enlatado fora da promoção, na prateleira de um supermercado, esperando o próximo cliente). Fácil não é, mas é, sem dúvida, perfeitamente possível. Não saiu por aí e ficou com metade da população feminina sem medo de se ferrar e sem compromisso. Não é isso. O fato é que aprendeu a refinar as pessoas que podem ocupar espaços e em contrapartida, aprendeu que AMAR é AGIR e SENTIR, não é só DIZER e PROVAR. Hoje consegue ver nos olhos e nas ações das pessoas o sentimento delas, pode passar a vida toda do lado de alguém e sentir o amor a pleno vapor e não necessitar que diga: "EU TE AMO" ao telefone todos os dias - pelo simples fato de ter o direito de "dizer" o tempo inteiro ao seu bel prazer.

É muito importante para a vida que passe por experiências estranhas, penosas, sofridas. Ninguém quer sofrer, porém tem que sofrer para crescer. Sabe que, nesses casos, a visão de um homem é diferente da visão de uma mulher. Mas amor e dor são iguais nas duas esferas, as pessoas é que são diferentes. Sabendo das experiências dos outros (homens ou mulheres) consegue enxergar melhor a própria experiência, desfaz-se um pouco essa cortina de fumaça que impede de ver além.

É isso, espero que, ao menos o tempo que levou para me ler, tenha desviado um pouco o seu foco, o seu pensamento. Dessa forma, as coisas podem se tornar mais leves (espero) e assim como ele, sempre se lembrará das pessoas que passaram por sua vida. A diferença é "como" isso irá acontecer.


*Este texto foi adaptado de uma conversa com uma amiga por e-mail. Conversas contrutivas podem se tornar textos interessantes.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Exposição "Movimentos"



A mostra faz parte de minha pesquisa em torno das artes cênicas: teatro, circo e dança. Costumo dizer que a fotografia cênica exige muita responsabilidade. É preciso aprender os movimentos, as expressões, as pausas mesmo que apenas na mente. Um disparo no momento errado poderá destruir o trabalho e a dedicação de um ator ou de um bailarino e provavelmente perderemos o registro de um momento único e original.

As fotos que serão apresentadas na exposição foram feitas no palco durante apresentações e buscam captar a expressão artística na interface entre documentação e anatomia artística nos trabalhos dos grupos de dança contemporânea.


Se quiserem conferir parte do meu trabalho, visite www.flickr.com/edfelix

Informações sobre a exposição:
nalataimagens@rocketmail.com

Helena Pawlow- Assessoria de Imprensa
(31) 9221-6519

quarta-feira, 3 de março de 2010

Teargarden by Kaleidyscope - Smashing Pumpkins

Para quem gosta de Smashing Pumpkins, foram disponibilizadas 3 músicas novinhas em folha no site da banda. "Stitch in time", uma canção fortíssima que abusa dos teclados e violões com uma pureza incrível. Sem contar com boa postura do vocalista Billy Corgan, que dá um tom muito gótico e psicodélico para a música. Outra muito boa que vi por lá foi "Song for a son", uma balada linda que lembra muito os tempos áureos de Led Zeppelin em "Stairway to Heaven", inclusive com um solo de guitarra no final que é digno da nota máxima: É DEIZ... NOTA DEIZ!! rs.

Vale a pena conferir... é só escutar as musicas no player abaixo ou visitar o site da banda - www.smashingpumpkins.com

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Sou o que descubro da vida. Entendi, a duras penas, que o tempo é uma matéria e que, apesar disso, não pode ser mudado. Eu que mudo, me...